João Pessoa é a terceira cidade mais procurada do mundo por turistas. Aponta pesquisa realizada pela plataforma de viagens Booking.com que destaca a capital da Paraíba. O destino mais procurado mostra em indicadores sociais uma realidade bem diferente.
Em 2023, o índice de Gini da capital paraibana, que calcula a desigualdade de renda, era 0,629, o mais alto do país. O rendimento médio dos 10% mais ricos em João Pessoa é de R$ 26.070, para os 40% mais pobres da capital esse rendimento é de R$ 972, com uma razão 10/40 igual a 26,8. Esse número é maior do que a média da Paraíba, que é de 18,6, e mais do que o dobro das proporções tanto para o Nordeste como para o Brasil, de 13,2 e 11,9, respectivamente.
Extrema pobreza na Paraíba
Segundo o IBGE, 7,4% da população da Paraíba, quase 300 mil pessoas, está vivendo em situação de extrema pobreza (tem rendimento domiciliar per capta abaixo da linha de extrema pobreza definida pelo Banco Mundial – menos de R$ 209 por mês). No Brasil, a proporção da população em extrema pobreza era de 4,4%, enquanto no Nordeste era de 9,1%. As informações são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2024, divulgada pelo IBGE.
Existe preconceitos de raça?

Quando é analisada a diferença relativa à cor ou raça, na Paraíba, o rendimento médio mensal de todos os trabalhadores era de R$ 3.565 para as pessoas brancas, de R$ 1.837 para os pardos e de R$ 1.414 para os pretos. Nesse caso, as pessoas brancas ganhavam 94,1% a mais que os pardos e tinham ganhos 152,1% superiores aos dos negros.
A discrepância da cidade turística é vista nas ruas, viadutos, mercados, vilas. Em 2010, João Pessoa ficava em nono lugar entre as capitais mais desiguais. Em 2023, passou a ocupar o primeiro lugar desta lista.
A cidade de João Pessoa apresentou nos últimos 12 meses a maior valorização acumulada nos imóveis residenciais (17%), de acordo com o levantamento FipeZAP de Venda Residencial, desenvolvido em parceria pela Fipe e o ZAP. Com a alta dos preços e a desigualdade de renda, a população mais pobre é “empurrada” para áreas mais distantes do Centro e Orla. Pode ser notada o afastamento das pessoas para a Zona Sul de João Pessoa, como o bairro de Gramame, que nos últimos 10 anos ganhou 40 mil novos habitantes e se tornou o segundo mais populoso do estado.
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